segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Retrospectiva 2007

O ano começou intenso! Jornal do Brasil, editoria de Economia, caderno de Imóveis, ponte Rio - Niterói, tiroteios no Morro São Carlos, o mesmo no Turano, e na Mineira, e assim eu ia vivendo minha vida, esperando fevereiro chegar, junto dele minhas sonhadas férias, depois de um ano e meio de (árduo) trabalho.

Fevereiro veio, trazendo carnaval, e o rumo escolhido foi, de novo, Ouro Preto! Pela terceira vez estava lá, subindo e descendo ladeiras, correndo atrás dos blocos, pedindo para jogarem água das varandas das repúblicas enquanto o bloco do caixão subia até a Praça Tiradentes, dançando na lama ao som do Monobloco, e descendo até o chão com funk do MC Sapão. Se foi bom? Ouro Preto é sempre Ouro Preto, com sua magia religiosa que faz da festa de carnaval um culto ao divertimento.

Era março, e a hora de voltar ao trabalho vinha se anunciando. E foi aí que tudo aconteceu. Depois de pensar e repensar no que fazer da vida, resolvi mudar radicalmente e realizar um antigo (e adormecido) sonho. Fazer as malas e se aventurar pelo mundo: era a próxima missão. No entanto, onde aterrissar? Na lista, Londres, Paris, Vancouver, mas a escolhida foi Sydney. Talvez porque Carol Loira já estava na terra dos cangurus, e poderia facilitar todo aquele período duro de adaptação. Comecei, então, a sonhar com a vida lá do outro lado do mundo. Anúncio feito pra família, era hora de organizar tudo, e transformar sonho em realidade.

Abril passou voando, em meio a papeladas, exames médicos, pedido de demissão, dinheiro aqui, reserva de passagem para Sydney ali. Embora estivesse determinada, o destino me pregou uma peça, daquelas que, às vezes, são difíceis de achar explicação. Vi-me diante de uma paixão avassaladora. Sim, de sentir o coração bater forte ao ver o número dele no celular, e encher os olhos de lágrimas toda vez que pensava que a hora de deixá-lo se aproximava.

Dia 7 de maio foi, sem dúvida, um dia pra lá de especial. Fui acordada às 9 da manhã com uma ligação que significou meu melhor presente de aniversário. Do dia 7 em diante, vivi intensamente momentos de muita felicidade, rodeada de amigos, familiares, e da tal paixão! Com direito a um Trivela do Asa de Águia pra me despedir das tão amadas micaretas. O grande dia ia se aproximando, e o frio na barriga só aumentando!

Enfim, chegou junho. Passei um dia dos namorados que há muito tempo não imaginava ter. Felicidade plena! Tristeza que doía. Do começo do mês até o dia da viagem, marcada pra 17 de junho, um domingo, oscilei entre excitação, tristeza, euforia, melancolia, felicidade, carência, todo o mix de sentimentos possível. Ainda me lembro de estar no aeroporto e desabar no choro a última vez que falei com a minha irmã, poucos minutos antes de entrar para a sala de embarque. Foi lindo também, a Clarinha olhar e dizer “não vai Carol, vou sentir muita saudade”, e pra completar veio a Duda com suas sacadas adultas para uma garota de 8 anos, dizendo “Carol, você está chorando, é porque não quer ir”. Esperta demais, mas nesse caso, eu queria sim, e muito, ir.

A chegada em Sydney foi um tanto estranha. A temperatura estava completamente diferente do Rio, com direito a chuva e frio que aumentavam a saudade da cidade maravilhosa e seus arredores. Acho que a primeira sensação de calor só veio diante do monumento que é a Opera House, bem em frente a uma imponente Harbour Bridge. De tirar o fôlego, e se sentir, enfim, na Austrália!

Daí em diante, foram novas amizades, novas aventuras, novas praias, nova língua.

Passei o Natal, pela primeira vez, longe de casa. Até que foi uma festa bem legal, regada a muita comida e bebida. Agora, a queima de fogos da Harbour Bridge não sairá da minha memória jamais. Um espetáculo que, me desculpe Copacabana, foi o mais bonito que já vi na vida.

Aqui aprendi a dar valor à faxineira, até porque já fui uma delas. Aprendi que o garçom merece (e fica muito feliz) receber gorjeta quando ele faz um bom trabalho, porque tenho amigas garçonetes que ficam radiantes juntando as “tips”. Aprendi que a professora pode namorar o aluno, e ser aceita normalmente pela sociedade. Aprendi que um dia de folga pode parecer uma semana. Aprendi que família só existe uma, e faz muita falta.

Confesso, às vezes (muito raramente) sinto falta da confusão do Jornal do Brasil. Embora a Opera House seja maravilhosa, a vista da Ponte Rio – Niterói não tem preço. Havaianas, realmente, todo mundo usa, e elas são orgulhosamente brasileiras. O carnaval do Rio é mesmo uma festa mundial, porque todo mundo me pergunta sobre ele.

Até junho, continuo vivendo e aprendendo (muito) em Sydney. E essa experiência na minha vida, de fato, não tem preço, nem o Mastercard paga!

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