sábado, 25 de agosto de 2007

A árdua tarefa de falar inglês

Já se imaginou olhando para outra pessoa que está falando com vc e vc não está entendendo absolutamente nada? Pois é, é assim que eu me sentia quando eu cheguei aqui. Literalmente um peixe fora d´água. Era estranho olhar as pessoas conversando e elas não estarem falando a tua língua. Por mais que vc tentasse, não conseguia decifrar o que elas tanto fofocavam...
Menos mal hj em dia. Agora, o inglês já não é tão um bicho de sete cabeças assim. Pelo contrário, hj ele já soa mais harmonioso aos meus ouvidos. Até pq a convivência com vários australianos tem ajudado a dar um gás na nova língua.
Esta semana aconteceu um fato bem engraçado. É que eu tomo conta de duas lindas menininhas, Isabela e Carolina, australianas, mas filhas de mãe brasileira. Ou seja, elas falam português, além do inglês, o que é óbvio. Estava eu lá, na casa delas, dei comida, dei banho e chegou a hora de botar pra dormir. Foi então que Isabela sugeriu que eu lesse para elas um livro em inglês. Medo total! Até aí conversar em português estava sendo uma maravilha, agora contar história infantil em inglês, seria minha primeira vez!
Comecei a contar a história The cat in the hat... e foi hilário! Afinal, eu ainda sou aprendiz no inglês, enquanto as duas são feras nas duas línguas. Vez era Isabela, ora era Carolina, e lá estavam as duas me corrigindo na pronúncia de várias palavras. Além da correção, me ensinavam as palavras que eu sequer imaginava o significado.
Mas me sinto evoluindo a cada dia. Certas horas, o idioma flui naturalmente... Carregado de erros, mas sai da boca, pelo menos! Já aprendi, e tento usar todos os dias, várias gírias, ou melhor, expressões informais, comuns por aqui. Pensa que é fácil? A gente acaba sempre optando pelo formal. Talvez porque tenha sido a forma como aprendemos. É o mesmo que acontece quando um gringo aprende a falar português. O exemplo clássico foi hoje na sala de aula. Tenho uma professora que namora um brasileiro, então ela está aprendendo uma série de palavras e expressões na nossa língua. Hoje ela colocou algumas delas em prática e foi engraçado! Pude perceber como é difícil falar outro idioma! Não me senti uma completa idiota, como eu estava me achando até agora! E o melhor, ensinamos a ela algumas novas palavras! E salve, salve o português!

domingo, 19 de agosto de 2007

Hábitos australianos

Convivendo com um morador de Sydney há 15 anos, é possível reparar alguns gostos tipicamente australianos. Embora não seja nativo, Oscar Bravo, meu flatmate, aderiu a peculiaridades como um breakfast repleto de saladas e ovo. Bom, eu acho que ele aderiu a este estilo aqui né. Esta primeira refeição do dia ele come lá pelas 10h da manhã. Trata-se de um baita prato de tomate, pimentão, cebola, salpicado de pimenta, com um ovo tipo omelete com orégano. Péra lá que já vou explicar o porquê de ser tipicamente australiano. É que se vc for na esquina, em qualquer delas, terá pelo menos um café, e vc verá que as pessoas de fato se alimentam assim. Ele, ora faz em casa, ora toma café pela rua.
É comum por aqui, muito comum, tomar chá durante o dia. Chá no café da manhã, chá antes do almoço, chá no café da tarde, chá depois do jantar... E olha que eu achei que este fosse um hábito totalmente asiático... Além do chá tradicional, aqui é de praxe misturar leite. Dizem que fica uma delícia. Eu não provo pq odeio chá.
Já o café para ser bom, tem que ser de máquina. Eles não têm nosso estilo de usar o coador de café, ou o filtro de Mellita. E modéstia a parte, não sabem o que é um bom café.
O almoço é bem variado. Já vi gente comendo pasta (famoso macarrão), muitos comem comida japonesa, e claro, tem vários adeptos do fast food. Na rua, é impossível encontrar o tão delicioso arroz com feijão acompanhado de um bifinho. Se for pra comer um prato típico brasileiro, tem que fazer em casa. Curioso é que a comida deles, pelo menos nas casas australianas que eu freqüentei, tem sempre um tempero agridoce. Algumas das vezes fica até gostoso, mas outras cai muito estranho.
O café da tarde também é hora de voltar aos cafés. E comer, de novo, o pratão de salada com ovo, ou até há quem ouse ir de bacon, frango...
O jantar sai super cedo. Meu flatmate não come nada pesado depois das 21h da noite. Acha um absurdo eu tomar um potinho de iogurte (super light) às 22h. Aqui o normal é o jantar ser servido entre 18h e 20h, no máximo. Até pq nas casas que têm crianças, elas vão pra cama depois de comer. Até agora, só vi criança dormir no máximo até 20h.
Já tentei me deliciar de pizza aqui, mas confesso que foi uma decepção. Se for comprá-la no supermercado, os sabores mais comuns são havaiana e supreme. A primeira é presunto com abacaxi, e a segunda, tem um tempero agridoce e é cheia de pimentão. Frustração total... Fiquei sonhando com aquela delícia de frango com catupiry!