domingo, 20 de abril de 2008

Break time!

Depois de nove meses em Sidney, resolvi me dar um break e viajar! A verdade é que queria ter feito isso há tempos, mas sabe como é, trabalho aqui, escola ali, juntar grana lá... e a viagem foi sendo protelada!

No entanto, pouco mais de dois meses antes da minha volta pro Brasil, decidi conhecer pelo menos algum lugar que fosse muito comentado por aqui. O detalhe era conseguir conciliar as minhas “férias” com a de alguma amiga que pudesse me fazer companhia. Afinal, viajar sozinha é legal, mas com amigas é bem melhor né!

Então, feitas as contas, pude ajeitar meu tempo para encontrar umas amigas que estavam subindo a costa norte da Austrália, e o destino escolhido para tal foi Whitsunday Coast.

Peguei um vôo em Sidney numa quinta-feira, às 18h, com atraso de meia-hora. (Sim, aqui os vôos também atrasam!). Chegamos em Whitsunday eram quase 20h. Aliás, estávamos em Arlie Beach, um vilarejo com clima de paz e tranqüilidade inigualável.

Na sexta, o café da manhã foi bem regado, já que às 15h era a hora de embarcar. Ah, sim, nosso roteiro em Whitsunday incluiu 3 dias e 3 noites a bordo de um barco! Experiência que, diga-se de passagem, jamais esquecerei!

Arlie Beach é linda, mas limita-se a visuais de cartões postais! Tem uma piscina natural bem em frente ao mar, uma enseada de barcos, e um horizonte muito bonito. Natureza na versão mais pura!

Agora, ir a Whitsunday e não fazer um passeio de barco, é como ir a Paris e não ver a Torre Eiffel. São lugares indescritíveis! A parada obrigatória é Whiteheaven Beach. Um paraíso!

A praia, que tem a areia mais pura do mundo, composta de mais de 90% de silício, é limpíssima, tanto que é possível ver arraias nadando na parte rasa. A sensação é de estar fora do mundo real.

Depois da primeira parada em Whiteheaven Beach, o barco passeia oceano adentro. No meio do caminho, prepare-se para tempestades que dão direito a cenas de filme! No Spank me (é o sugestivo nome do barco que peguei) teve gente passando mal, e voando de um lado para outro em meio a mega ondas!

Velejamos até a Grande Barreira de Corais, onde a natureza nos presenteia com milhares de peixes e corais de todas as cores e tipos possíveis. Não é à toa que é considerada a maior barreira do mundo né?!

Ainda passeamos por ilhasinhas quase inexploradas...onde era possível sentar e ver peixinhos brincando em águas cristalinas!

Aliás, durante a viagem fui presenteada com os mais lindos pôr-do-sol e nascer do sol! Enfim, é uma dica para quem vai visitar a Austrália. Eu agarantcho!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Saudade das barrinhas da Gol

Certas coisas no Primeiro Mundo me fazem sentir saudade do Terceiro! Vou explicar o por que. Eis que fui eu viajar de avião na Austrália. Parti na quinta-feira passada, dia 3, de Sidney com destino à Whitsunday, na costa norte australiana. Paguei $ 120 dólares pela passagem de ida, e $ 115 pela volta. Preço bom, mas nada muito barato não.

Tudo lindo, indo normalmente bem, até que é a chegada a hora dos comes e bebes! Ou melhor, que eu pensei que teria algo pra dar uma enganada no estômago, embora fossem só duas horas de vôo. Para surpresa geral da nação brasileira no avião (eu e minha amiga, neste caso!), comer e beber aqui na Austrália significa gastar uns dólares a mais.

Eu até que não cheguei a pagar um mico, mas minha amiga foi toda eufórica dizer sim ao convite da aeromoça para uma tacinha de vinho, e de quebra recebeu um aviso de que adoçar a boca com as boas uvas australianas custaria-lhe míseros $ 6 dólares. Ela, claro, saiu pela tangente, com a desculpa de que o vinho poderia não descer bem nas alturas!

Fato é que, durante uma hora e meia de vôo, nem uma aguinha pra molhar a boca tem-se direito! A não ser que vc queira se arriscar na pia do banheiro!

Por um lado é aceitável haver um menu, que não chega a ser uma facada no bolso, uma vez que para o australiano gastar $ 10 dólares com um lanchinho nem faz cócegas na carteira. Mas, levando-se em conta que já foram pagos $ 120 pela passagem, acho que não seria tanto gasto “dar” uma agrado ao passageiro, mesmo que fosse uma barrinha de cereal, acompanhada de suco, água ou um refri. Neste caso, bola dentro para a nossa Gol!!

quinta-feira, 27 de março de 2008

A extinção do telefone

Eu vivo me perguntando o que seria de nós, pobres mortais, sem tecnologia? Como é difícil imaginar o mundo sem telefone, computador, internet, tv a cabo, rádio, celular, ipod...

Embora tenha muitas e muitas vantagens, tanta tecnologia tem tornado o mundo mais frio, menos humano. Opiniões à parte, fato é que esta semana me joguei em uma nova página de internet. Sim, agora também posso ser encontrada no Facebook.

Tudo começou na tarde de sábado passado, quando uma amiga que está saindo com um norueguês resolveu “fuxicar” a página do tal rapaz. Eu pensei, hum, acho que tenho que fazer parte deste mundo aí. Ela, mais que rapidamente, concluiu que orkut, agora, é “coisa de brasileiro”. Para ser mesmo globalizado, a parada é fazer parte do Facebook. E fui eu construir meu perfil.

Funciona quase que da mesma maneira que o orkut – que muitos amam, outros odeiam. Vc coloca nome, idade, aniversário, interesses, fotos, vídeos, tem uma página de recados e pode interagir com seus amigos que estão por lá. Um dos acréscimos do Facebook é poder descobrir com qual modelo da Victoria Secret’s vc tem mais a ver, e ainda especificar seu humor do dia, entre várias outras formas de entretenimento.

Entretanto, resumindo em poucas palavras, nada mais é que uma nova maneira de tornar o mundo mais frio e superficial, em minha opinião. Por experiência própria posso dizer que a internet ajuda a manter-me conectada ao Brasil, mas ao mesmo tempo me distanciou dos meus amigos e familiares. Afinal, é muito mais fácil (e barato) deixar um recado no orkut que pegar o telefone (e gastar 10 dólares por um cartão). No começo, falava com meus pais no mínimo quatro vezes por semana. Hoje em dia, não passa de duas. Minhas melhores amigas então, se falaram comigo três vezes pelo telefone foram muitas, e sempre eu que liguei!

Temo que tanta facilidade em se comunicar via internet torne o telefone um aparelho obsoleto. Tenho me policiado para usar menos emails e mensagens, e falar mais pelo telefone. Por mais que exista a distância, não a nada como ouvir a voz da outra pessoa, sentir as emoções expressadas...Espero que meus filhos façam o mesmo, se é que existirá telefone até lá!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Sydney é gay!

Os dados mostram que a proporção homem/mulher na Austrália está empatada, com um pouco mais de mulher (claro!). Embora tenha tido muito mais homem que mulher há anos e anos, a Austrália, aos meus olhos, continua sendo mais masculina do que feminina. Em particular sobre Sydney, pode-se dizer que, embora existam mais marmanjos, a quantidade de gays é assustadora, assim como lésbicas, que também são em proporção substancial.

A classe “arco-íris” celebrará seu grande dia no próximo sábado, dia que eles consideram como carnaval! Pasmem!

O evento, chamado de Mardi Gras, acontece anualmente há 30 anos, e nesta edição deve reunir mais de 100 mil pessoas, entre gays, lésbicas, bissexuais, e curiosos, que aproveitam para se divertir e interagir no que eles consideram uma grande festa. De acordo com dados da organização do festival, Sydney se equipara as paradas gays no Rio e Veneza, e está entre as 10 maiores do mundo. A caminhada começa pela rua gay da cidade, conhecida como Oxford Street. Nela, restaurantes, lanchonetes e boates expõem suas bandeirinhas coloridas, simbolizando a simpatia com a classe “arco-íris”.


Ao contrário do que se percebe no Brasil, por aqui o preconceito contra gays quase não existe. Eles se beijam, andam de mãos dadas, demonstram afeto em público, sem ser incomodados ou sequer observados com olhar de pudor. Seja na praia, na noitada, no supermercado, no restaurante, é normal ver casais de homossexuais comportando-se como heteros. Para brasileiros, particularmente, é um tanto estranho, à primeira vista. No entanto, depois de ver no dia-a-dia, até nós rompemos o preconceito.

Mais informações no site www.mardigras.org.au! Vou tentar postar fotos do evento!

sábado, 26 de janeiro de 2008

Sim, eu descobri o paraíso!

A cada dia, ao acordar, sinto que eu entro em um sonho, num paraíso chamado Sydney. Sim, esta cidade grande, urbana, moderna, tomou meu coração de uma tal maneira que já sofro de pensar que vou deixá-la em pouco mais de cinco meses.

E o melhor é que essa sensação de viver em um sonho não é só minha. Compartilho desta mesma idéia com paulistas, cariocas, gaúchos, baianos, tocantinenses, pernambucanos, paranaenses, e Brasil afora. Claro que cada canto do nosso país tem seu jeito. E digamos que o meu canto por lá não anda tão sossegado como diz o nome; Barra Mansa já não é mansa.

A Austrália é um país multi-cultural, muito, muito longe do Brasil, mas que nos faz sentir como se estivéssemos em casa. São diversos rostos diferentes, de todas as partes do mundo, sincronizados em um universo de paz, alegria, natureza, felicidade plena e intensa.

Pra falar a verdade, até agora conheci duas pessoas que não gostaram de estar aqui. E por motivos bem pessoais, diga-se de passagem. Quem por aqui chega, seja das Américas, da Europa, da África ou da Ásia, dificilmente quer voltar ao lugar de onde veio.

Motivos são inumeráveis. Embora possa contar os meus. Em primeiro lugar vem a sensação de segurança e liberdade, coisa que nunca senti no Rio. Ando pelas ruas aqui a qualquer hora do dia sem olhar para trás, com medo de alguém estar me seguindo. Uso meu ipod, última geração, atendo o celular no ônibus, sento ao lado de qualquer um no trem (ou metrô), e sou capaz de ir sozinha à praia à noite.

Em segundo, vêm as maravilhas naturais. Embora totalmente cosmopolita, Sydney tem praias, parques, reservas, e outras belezas que são inexplicáveis; só vendo para crer. Praias urbanas e desertas, grandes e pequenas, cheias e vazias, com onda ou sem onda, de acordo com o gosto de cada um.

A parte central da cidade intercala um super parque, chamado Hyde Park, com prédios imponentes como das empresas Ernest&Young, ou PriceWaterHouse Coopers. O interessante é que nem de longe se parece com o Rio, ou que dirá São Paulo, porque aqui, há espaço entre os big buildings, no sentido literal da expressão.

Terceiro lugar posso dizer que está à qualidade de vida. Apesar de ser Primeiro Mundo, é possível comer bem, freqüentar restaurantes legais, comprar roupas de marcas, ir a grandes shows, e entrar nas noitadas sem pagar nada!

Em quarto, e quase chegando ao último (estou cansando!), está à educação do povo australiano. Eles pedem desculpa, com licença, por favor... Respeitam as leis (claro, como toda regra, existem as exceções) e prezam pelo patrimônio próprio. É raro ver lixo nas ruas, as praias são super limpas, e há banheiro público para todos os cantos, com um detalhe: sempre limpos! As pessoas atravessam na faixa de pedestre, e todos os carros páram. E o ônibus só pega passageiros no ponto, embora os horários não sejam tão rigorosamente cumpridos.

Por último vem a oportunidade de trocar experiências culturais com o mundo todo! Trabalho com um italiano, uma eslovaca, uma armênia e dois australianos; já trabalhei com francês, inglês, colombiana, tailandês, e outros mais, e com cada um deles aprendi um pouquinho sobre o mundo. E confesso, tenho sentido que ele é muito pequeno! Pronto para ser desbravado!

sábado, 19 de janeiro de 2008

Repercutindo...

Que o Rio de Janeiro está um caos, todo mundo sabe. Agora quando coisas boas acontecem, relacionadas à Cidade Maravilhosa, a imprensa, pelo o que parece, faz questão de não noticiar. Digo isto porque os meios de comunicação do Brasil sequer deram uma linha de notícia sobre uma banda carioca que esteve no maior festival de música da Austrália, o Sydney Festival, representando o Brasil, e contagiando com alegria brasileiros e australianos. E olha que ofereci para O Globo, O Globo Online, Estadão, Folha e O Dia, e nada de respostas! (Talvez deveria ter tentado o Jotinha...)

Como os meus leitores sabem, o MONOBLOCO esteve em Sydney, na Austrália, na sexta-feira, dia 11, por uma única noite de apresentação com todos os ingressos vendidos há um mês antes do show. Consegui entrevistar os músicos da banda, escrevi esse texto aí de baixo sobre o sucesso que foi o evento, mandei para a sessão Eu-Repórter - orientada por um repórter do próprio veículo, e para minha surpresa nem uma linha sequer foi ao ar.

Na sessão do O Globo Online, onde se diz que os leitores podem mandar e compartilhar histórias interessantes, encontra-se em destaque uma notícia sobre uma leitora que visitou o Grand Canyon, nos Estados Unidos. Ou seja, é mais importante divulgar os Estados Unidos ao invés de mostrar que uma banda carioca, que leva a cultura do Rio de Janeiro e do carnaval mundo afora, faz sucesso onde quer que vá, e foi capaz de levar mais de 1.500 pessoas em um show do outro lado do mundo. Nada contra a leitora que esteve nos Estados Unidos, que eu imagino que tenha tido uma experiência interessante, mas daí a desprezar a apresentação do MONOBLOCO, acho que não foi de bom feitio.

Enfim, fiquei realmente decepcionada, primeiro porque o Brasil tem tantos problemas que quando um evento importante como este aqui na Austrália convida uma banda brasileira para participar, é motivo de extremo orgulho, pelo menos em minha opinião. Segundo, depois de ver o sucesso que foi o MONOBLOCO aqui, presume-se que a banda, de fato, merecia um destaque em um jornal carioca ou paulista, ou mineiro, enfim, de alguém no Brasil. E por fim, se existe uma sessão para compartilhar histórias interessantes, supõe-se que as notícias irão ao ar, o que, de fato, não acontece.

Espero que no próximo evento em que uma banda brasileira levar a cultura do Brasil pelo mundo, os meios de comunicação sintam-se mais patriotas e divulguem com orgulho nosso país.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Monobloco dá show em Sydney

Sydney foi contagiada pela energia do Monobloco na noite de sexta-feira. Dez, dos 19 integrantes da banca carioca levaram para o palco do Sydney Festival 2008 – o maior evento de música da Austrália - o calor do carnaval do Rio, e embalaram brasileiros e estrangeiros ao som de sucessos nacionais e internacionais. A platéia, de mais de 1.500 pessoas, cantou, dançou e se divertiu durante uma hora e meia de apresentação, britanicamente controlada pela organização do festival, que embora não tenha deixado o som rolar noite adentro, deu dicas de que o Monobloco pode voltar a Sydney mais breve do que se imagina.

No repertório, a banda passeou por Alceu Valença, Tim Maia, sambas-enredo, além de nomes internacionais como Bob Marley e Steve Wonder. O auge do show, no entanto, foi o solo da bateria, que contagiou brasileiros e estrangeiros, misturados na platéia animada. E ao som de Jorge Ben, o Monobloco trouxe até a Austrália a saudade do país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza.

A estudante de direito de Salvador, Larissa Mascarenhas, sentiu-se orgulhosa ao ver a banda no palco do Sydney Festival.

- Amei o show; muito brasileiro! – assegurou a estudante. - Sinto falta da alegria que a gente só tem no Brasil, e o Monobloco amenizou um pouco toda a saudade.

Pela primeira vez, a banda se apresentou em dois festivais na Oceania – um na Austrália e outro na Nova Zelândia. A turnê pelos dois países durou mais de 15 dias, e de acordo com os integrantes do Monobloco, foi única e inesquecível.

- A banda já começa o ano com chave de ouro ao participarmos de dois festivais tão importantes para ambos os paises – destaca C.A. Ferrari. – Foi um convite completamente inusitado, porque estávamos acostumados a ver a Austrália no mapa, mas não imaginávamos que viríamos até aqui. Na Nova Zelândia vimos que tem muita gente interessada na cultura brasileira. Aqui em Sydney não tivemos tempo de ter contato com a galera, mas o show foi gratificante; a energia foi maravilhosa. Queremos voltar, e com a banda toda.

Eufórico depois de dançar ao som do Monobloco, o australiano Sol Proops, morador de Bondi, em Sydney, contou que a sensação durante o show foi de mais euforia que final de Copa do Mundo de Futebol.

- Achei fantástico; é a primeira vez que vejo tanta energia junta em Sydney – enfatizou o australiano. – Foi um dos melhores momentos da minha vida. Foi muita energia em um só lugar.

Os ingressos para o Monobloco em Sydney, vendidos a AUD$ 36, esgotaram-se em menos de um mês.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Enfim, chegou o dia!

Faltam pouquíssimas horas para o mais esperado evento do ano em Sydney (pelo menos para mim!). O Monobloco deve subir ao palco no Hyde Park às 22h aqui, e 9h da manhã, no Brasil.
Antes disso, os meninos da banda, gentilmente, me concederão uma entrevista!! Uhuuulll!!

Ainda não sei ao certo onde e se será publicada a matéria, mas certo é que vou escrevê-la com toda a emoção possível e posto aqui para os meus lindos e amados leitores!

Uh, uh, uh, que beleza!!

Salve o carnaval do Rio!!

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Retrospectiva 2007

O ano começou intenso! Jornal do Brasil, editoria de Economia, caderno de Imóveis, ponte Rio - Niterói, tiroteios no Morro São Carlos, o mesmo no Turano, e na Mineira, e assim eu ia vivendo minha vida, esperando fevereiro chegar, junto dele minhas sonhadas férias, depois de um ano e meio de (árduo) trabalho.

Fevereiro veio, trazendo carnaval, e o rumo escolhido foi, de novo, Ouro Preto! Pela terceira vez estava lá, subindo e descendo ladeiras, correndo atrás dos blocos, pedindo para jogarem água das varandas das repúblicas enquanto o bloco do caixão subia até a Praça Tiradentes, dançando na lama ao som do Monobloco, e descendo até o chão com funk do MC Sapão. Se foi bom? Ouro Preto é sempre Ouro Preto, com sua magia religiosa que faz da festa de carnaval um culto ao divertimento.

Era março, e a hora de voltar ao trabalho vinha se anunciando. E foi aí que tudo aconteceu. Depois de pensar e repensar no que fazer da vida, resolvi mudar radicalmente e realizar um antigo (e adormecido) sonho. Fazer as malas e se aventurar pelo mundo: era a próxima missão. No entanto, onde aterrissar? Na lista, Londres, Paris, Vancouver, mas a escolhida foi Sydney. Talvez porque Carol Loira já estava na terra dos cangurus, e poderia facilitar todo aquele período duro de adaptação. Comecei, então, a sonhar com a vida lá do outro lado do mundo. Anúncio feito pra família, era hora de organizar tudo, e transformar sonho em realidade.

Abril passou voando, em meio a papeladas, exames médicos, pedido de demissão, dinheiro aqui, reserva de passagem para Sydney ali. Embora estivesse determinada, o destino me pregou uma peça, daquelas que, às vezes, são difíceis de achar explicação. Vi-me diante de uma paixão avassaladora. Sim, de sentir o coração bater forte ao ver o número dele no celular, e encher os olhos de lágrimas toda vez que pensava que a hora de deixá-lo se aproximava.

Dia 7 de maio foi, sem dúvida, um dia pra lá de especial. Fui acordada às 9 da manhã com uma ligação que significou meu melhor presente de aniversário. Do dia 7 em diante, vivi intensamente momentos de muita felicidade, rodeada de amigos, familiares, e da tal paixão! Com direito a um Trivela do Asa de Águia pra me despedir das tão amadas micaretas. O grande dia ia se aproximando, e o frio na barriga só aumentando!

Enfim, chegou junho. Passei um dia dos namorados que há muito tempo não imaginava ter. Felicidade plena! Tristeza que doía. Do começo do mês até o dia da viagem, marcada pra 17 de junho, um domingo, oscilei entre excitação, tristeza, euforia, melancolia, felicidade, carência, todo o mix de sentimentos possível. Ainda me lembro de estar no aeroporto e desabar no choro a última vez que falei com a minha irmã, poucos minutos antes de entrar para a sala de embarque. Foi lindo também, a Clarinha olhar e dizer “não vai Carol, vou sentir muita saudade”, e pra completar veio a Duda com suas sacadas adultas para uma garota de 8 anos, dizendo “Carol, você está chorando, é porque não quer ir”. Esperta demais, mas nesse caso, eu queria sim, e muito, ir.

A chegada em Sydney foi um tanto estranha. A temperatura estava completamente diferente do Rio, com direito a chuva e frio que aumentavam a saudade da cidade maravilhosa e seus arredores. Acho que a primeira sensação de calor só veio diante do monumento que é a Opera House, bem em frente a uma imponente Harbour Bridge. De tirar o fôlego, e se sentir, enfim, na Austrália!

Daí em diante, foram novas amizades, novas aventuras, novas praias, nova língua.

Passei o Natal, pela primeira vez, longe de casa. Até que foi uma festa bem legal, regada a muita comida e bebida. Agora, a queima de fogos da Harbour Bridge não sairá da minha memória jamais. Um espetáculo que, me desculpe Copacabana, foi o mais bonito que já vi na vida.

Aqui aprendi a dar valor à faxineira, até porque já fui uma delas. Aprendi que o garçom merece (e fica muito feliz) receber gorjeta quando ele faz um bom trabalho, porque tenho amigas garçonetes que ficam radiantes juntando as “tips”. Aprendi que a professora pode namorar o aluno, e ser aceita normalmente pela sociedade. Aprendi que um dia de folga pode parecer uma semana. Aprendi que família só existe uma, e faz muita falta.

Confesso, às vezes (muito raramente) sinto falta da confusão do Jornal do Brasil. Embora a Opera House seja maravilhosa, a vista da Ponte Rio – Niterói não tem preço. Havaianas, realmente, todo mundo usa, e elas são orgulhosamente brasileiras. O carnaval do Rio é mesmo uma festa mundial, porque todo mundo me pergunta sobre ele.

Até junho, continuo vivendo e aprendendo (muito) em Sydney. E essa experiência na minha vida, de fato, não tem preço, nem o Mastercard paga!