quinta-feira, 16 de agosto de 2007

A vida por aqui...

A vida na Austrália não é fácil não, mas é muito boa. Aqui você aprende a se descobrir; a valorizar e, acima de tudo, respeitar as pessoas; a sentir, de fato, todos os sentimentos; a cuidar do que é seu; a falar bem do Brasil, mesmo com tantos problemas; e mais e mais...
São vários os momentos de introspecção, mesmo porque aqui a solidão bate à porta dia-a-dia. Por mais cercado de amigos que você esteja, faz falta ouvir a voz da mãe, do pai, as brigas com a irmã, o latido da cachorra, o abraço apertado do afilhado, a fofoca no fim do dia, na esquina de casa, os passeios informais nos fins de semana... E são em tais horas que você descobre o quanto as pessoas são importantes na vida do ser humano. Ás vezes, o que você mais quer é o colo da mãe, mas ela está bem longe...Entretanto, tem o lado bom. Aqui você aprende a ser você. Não esconde seus medos, ousa trabalhar em atividades que você nunca se imaginaria, fala dos seus sentimentos mais profundos, vê, de fato, o que você gosta e não gosta na sua vida.
As pessoas passam a ser iguais, porque aqui a garçonete pode ser você, a babá, o barman, o pedreiro, o garçom, o montador de pizza, o polidor de copos, o limpador de vidro, o faxineiro, a camareira, o atendente, o padeiro, o lavador de pratos, certamente é algum dos seus amigos. Olha-se de igual pra igual.
A felicidade, aqui, mora num simples amanhecer ensolarado, com o barulho das ondas do mar, e a natureza aos seus pés (olhos). Aquele abraço apertado passa a ser o seu porto seguro. Falar com a família ao telefone dá uma euforia que substância nenhuma é capaz de dar. Abrir sua caixa de e-mail e ver os nomes de vários amigos, alguns que talvez você achasse que nem se lembravam mais de você dá uma sensação de ser amado, querido e lembrado, mesmo estando literalmente do outro lado do mundo. Sem falar na saudade, que, definitivamente, é um sentimento que dói, sufoca, te deixa de boca seca, por muitas horas...
O dinheiro ganha outro sentido. Você pensa em como era bom ir ao supermercado com 100 reais e conseguir comprar váááárias coisas! O suor do trabalho, também, tem outro gosto. Ver o dinheiro que vem de horas árduas ajuda a valorizar a profissão. E comprar, seja uma caneta nova, proporciona uma emoção e tanto. Agora, acho que poucas vezes falar do Brasil gera tanta satisfação. Sabe-se de tudo que acontece por aí, mas aqui ser brasileiro é motivo de orgulho. Todos enchem a boca pra falar “meu país é o melhor”... e olha que aqui é Austrália, 1º mundo, lindas praias, ruas limpas, sem violência...
Desenhar o mapa do Brasil, mostrar cada cantinho cheio de belezas naturais, e ver a cara de euforia das pessoas, não tem preço.



Curiosidades!!

Taí um assunto pra se pensar: ninguém no mundo, além de nós, escreve com letra cursora. Tooodas as pessoas que eu conheço aqui só usam letra de forma... Será que só no Brasil a gente aprende a escrever de “mãozinha dada”???

Catch up por aqui é fofocar... Up to é sair à noite... This sucks é algo como que merda... take it é pegou?... bum é bumbum... wiwi é xixi pra crianças..


O posto de gasolina não tem frentista não. O próprio dono do carro sai, coloca o combustível e, pasmem, coloca o dinheiro em uma máquina, DEPOIS de abastecer....o mesmo funciona para vagas na rua...o famoso flanelinha, legalizado ou não, é uma máquina, que você deposita o dinheiro referente ao período que você usa a vaga... Alguém acha que ambos dariam certo no Brasil??

Aqui em Bondi não tem nenhuma marca mundial de supermercados, tipo Carrefour, WalMart, Extra... As duas maiores redes australianas disputam todos os pontos, são elas Coles e Woolworths...

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